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Desde setembro de 2021, Roberta Coelho é a primeira CEO da MIBR (Made in Brazil), um dos mais antigos e principais times de e-sports no Brasil. Não, caro leitor, você não leu errado: é uma mulher no comando. 

Em recente entrevista à revista Exame, Paula disse que quer “fomentar o empoderamento” entre as jogadoras e influenciadoras da empresa, além da presença de grandes companhias como investidoras nos jogos eletrônicos e equipes femininas.

Mas, vale dizer que a história da executiva já chamava a atenção de líderes, antes mesmo de chegar ao posto conquistado. Paula permaneceu por quase 10 anos como vice-presidente de finanças e Diretora de Novos Negócios do Rock in Rio, um dos maiores espetáculos mundiais de música.

Diante de tanto sucesso obtido com as ações de Paula nos eventos musicais, surgiu, então, a ideia da Game XP, uma modalidade dentro do festival. A novidade, voltada ao universo dos games e sua cultura, conquistou independência logo após a primeira edição e até hoje obtém grandes públicos.

Foi um grande investimento na edição de 2017 e uma grande aposta para o festival como um todo. E foi um sucesso absurdo. O link entre música e games se mostrou realmente forte“, como um evento de entretenimento, conta Roberta.

O desafio da Grrrls League

Durante os primeiros meses de 2020 ,a pandemia do Coronavírus se instalou mundo afora, cancelando inúmeros eventos. Dentre eles o Rock in Rio e a Game XP. Desde então, novas oportunidades surgiram na área de eventos.

Nesse meio tempo Roberta fez parte da equipe que idealizou e tirou do papel a Grrrls League, a primeira liga feminina de e-sports no Brasil. Com muito êxito, a executiva comemora:

Tenho orgulho de dizer que criamos e administramos a primeira liga feminina de e-sports no Brasil e, até hoje, essa é a maior liga já feita no país em termos de premiação, com mais de R$ 680 mil reais entre ajuda financeira e premiação para os times participantes“, pontuou durante a entrevista.

Coelho declarou, também, que “foi por conta da ajuda financeira primeira que grandes times de e-sports do Brasil, como o MIBR, montaram suas equipes femininas”.

A chegada ao MIBR

Anos de experiência e bons resultados trouxeram à Roberta a oportunidade de tornar-se a CEO do MIBR, time com presença carimbada nos jogos de Counter Strike (CS:GO).

Logo após tomar posse do cargo, a executiva se deparou com o reposicionamento da marca como time, além do renascimento da potência MIBR como empresa e a necessidade da inclusão de mulheres nesse cenário tão masculinizado.

Ela destaca que foi a experiência em projetos de reposicionamento que permitiu alcançar a liderança do MIBR, em vez de capacidade técnica ou conhecimento do setor: “Hoje eu não tenho vergonha de dizer, não sou uma gamer hardcore, mas sou uma completa apaixonada pelo cenário“, diz.

Novas oportunidades em sua vida e no time

Roberta Coelho afirma que está no MIBR para escrever novas histórias para o time e que deseja levar o Brasil aos pódios, uma vez que MIBR nada mais é do que a sigla para Made In Brazil.

“Falando pelo MIBR, montamos nosso primeiro time de mulheres justamente para jogar a Grrrls League no final de 2020 e hoje, menos de dois anos depois, eu posso dizer que estamos com os dois pés no cenário feminino e, enquanto eu estiver a frente do time, não sairemos nunca mais”, completa a executiva.

Mesmo que a marca tenha 20 anos de existência, para a CEO, o time faz parte de um contexto jovem. “O universo dos games é para todos. Nós como mulheres precisamos nos posicionar com força nisso. Eu trabalho com games, mas não sou jogadora. É um universo riquíssimo que precisa ser mais inclusivo e onde as mulheres precisam se sentir pertencentes nesse cenário”, explica.

Mês a mês, reuniões são feitas com todas as colaboradoras da empresa, inclusive as MIBR Woman, jogadoras exclusivas do time. Roberta Coelho defende que é fundamental estimular o empoderamento dessas mulheres, seja no âmbito pessoal, profissional e  atlético.

“A mulher que acredita no seu próprio potencial e pertencimento naquele espaço é a maior arma para que esse preconceito seja cada vez mais insignificante”, diz.

Dentre tantos encontros, a trajetória da executiva serve como incentivo para as demais. Finalizamos o conteúdo de hoje com o seguinte questionamento:

Se ela chegou onde chegou, porque outras mulheres não conseguiriam?

Quanto mais mulheres conquistarem posições de liderança, seja no universo de e-sports no Brasil, ou em outras áreas do mercado de trabalho, a vida poderá ser encarada com mais força e respeito diante das oportunidades, simplesmente pelo fato de serem mulheres.